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Outubro, Mês Europeu da Cibersegurança
InvestEU acelera a transformação digital
2025-10-24
Outubro é o Mês Europeu da Cibersegurança, uma iniciativa promovida pela União Europeia que procura sensibilizar cidadãos e organizações para a importância da segurança digital num mundo cada vez mais tecnológico. Em Portugal, com a economia em pleno processo de transição digital, a cibersegurança é uma questão particularmente importante para empresários e gestores dados os investimentos que terão de ser, necessariamente, feitos.
É da absoluta necessidade de apoiar as empresas nos seus processos de investigação, inovação e digitalização que a União Europeia lançou um dos mais relevantes instrumentos financeiros, a Linha InvestEU, operacionalizada pelo Sistema Nacional de Garantia Mútua.
Com uma dotação global de 711 milhões de euros, a Linha InvestEU visa reforçar a competitividade e a resiliência das PME e Small Mid-Caps portuguesas, financiando infraestruturas de investigação, modernização de processos produtivos, criação de novos produtos e serviços digitais e adoção de tecnologias emergentes, incluindo inteligência artificial, blockchain, robótica, biotecnologia, fotónica e computação quântica, incentivando, para tanto, a colaboração entre o meio académico e empresarial.
Além disso a Linha, através da sublinha InvestEU – Investigação, Inovação e Digitalização confere especial atenção à cibersegurança e proteção de dados, promovendo investimentos que aumentem a resiliência das empresas face a ciberameaças, assegurem a integridade e privacidade das operações e consolidem a confiança nos ecossistemas digitais, contribuindo assim para o cumprimento de um dos eixos centrais da Estratégia Europeia para a Década Digital.
Os resultados alcançados até setembro de 2025 demonstram o impacto desta linha na economia. A produção de garantias contratadas atingiu 1,6 mil milhões de euros, com 10 991 empresas apoiadas, 96,75% das quais integradas nas Linhas InvestEU e Invest Export. As indústrias transformadoras, o comércio e reparação automóvel, a construção, o alojamento e restauração e os transportes e armazenagem lideram os setores mais apoiados, representando 78% da contratação, com os distritos do Porto, Lisboa, Braga, Aveiro, Leiria e Santarém a concentrar 74% dos apoios, refletindo a capilaridade da intervenção no território.
Com empréstimos até 10 milhões de euros, prazos entre 12 e 180 meses e carência até 48 meses, o InvestEU oferece condições de financiamento ajustadas à realidade das empresas, apoiadas ainda por uma garantia mútua até 75%.
Mais do que um instrumento financeiro, a sublinha InvestEU – Investigação, Inovação e Digitalização, com garantias emitidas num montante superior a 30 milhões de euros, é um instrumento estratégico de política económica europeia, e em plena celebração do Mês Europeu da Cibersegurança, o objetivos de apoiar a transição digital com segurança, promover a confiança no sistema empresarial e preparar as empresas portuguesas para os desafios de uma economia cada vez mais digital, conectada e global torna-se ainda mais claro.
Mês Europeu da Cibersegurança
Outubro é o Mês Europeu da Cibersegurança, uma iniciativa que procura sensibilizar cidadãos e organizações para a importância da proteção digital num contexto de riscos crescentes. Em Portugal, a discussão ganha novo fôlego com a aprovação, pelo Conselho de Ministros, da nova Lei de Cibersegurança, no passado mês de junho, que pretende reforçar os mecanismos de prevenção, resposta e cooperação entre entidades públicas e privadas.
Num momento em que a digitalização das empresas portuguesas acelera, as ameaças também se tornam mais sofisticadas. O phishing, os ataques de ransomware e as fraudes associadas a criptoativos estão entre os incidentes mais comuns, afetando tanto grandes empresas como pequenas e médias organizações que, muitas vezes, não dispõem de estruturas robustas de defesa.
Se é verdade que a crescente utilização de inteligência artificial (IA) traz benefícios evidentes — desde a automatização de processos à deteção precoce de ameaças —, também não é menos verdade que é uma porta aberta a novas vulnerabilidades. Sistemas de IA podem ser manipulados para gerar conteúdos falsos, automatizar ataques ou explorar falhas humanas.
Apesar dos avanços, Portugal e a União Europeia enfrentam um défice de competências no domínio da cibersegurança. Segundo a Comissão Europeia, a escassez de profissionais qualificados continua a ser um dos principais entraves à consolidação de uma economia digital segura. A aposta na formação técnica e na literacia digital das equipas é, por isso, essencial para reduzir o risco de incidentes e aumentar a resiliência das organizações.
Especialistas alertam que a cibersegurança deve deixar de ser vista apenas como uma questão técnica e passar a ser encarada como um fator estratégico de competitividade e confiança. A nova legislação portuguesa aponta nesse sentido, reforçando obrigações de reporte de incidentes, auditorias e planos de resposta a crises.
Num mundo onde o valor dos dados e dos ativos digitais cresce a cada dia, a segurança deixou de ser opcional. Investir em cibersegurança é investir na sustentabilidade e credibilidade das empresas portuguesas num mercado global cada vez mais digital e mais vulnerável.









